Eu sempre tive um desejo enorme de viajar o mundo, conhecer outras culturas, gente diferente, com costumes diferentes, histórias diferentes, idiomas diferentes. Por muito tempo fazer isso na prática não foi possível, mas não me acomodei por não poder viajar a bordo de um avião ou navio, e viajei MUITO abordo de livros, aulas e grupos de estudo de Geografia e História (eu era bem nerd mesmo nessas duas matérias). E é engraçado como, em certas ocasiões e temas da vida a gente realmente acaba atraindo ou sendo atraída por aquilo que se projeta (chame essa força de atração como quiser).
Hoje finalmente, me sinto privilegiada e abençoada por ter um trabalho que me permite estar mais de 50% do meu tempo em contato com pessoas de outros países, viajando bastante para atender e cuidar de equipes fora do Brasil e fazer parte de um time global. Além de ter um marido maravilhoso que entende e respeita esse meu sonho, e ser meu “parceiro no crime” das loucuras de viagens e planejamento de férias.
Beleza, mas só ter a oportunidade de viajar bastante e falar outros idiomas faz um “profissional global” ?
Óbvio que não.
Na verdade, acho que tem muita gente que quase não viaja, ou nunca viajou, e é um profissional global de muito mais sucesso do que outros com a realidade diferente.
Pra mim, ser um profissional global é ter plena consciência de vivemos num mundo caminhando rapidamente para o “sem fronteiras. Um mundo muito diverso e complexo, mas com pontos em comum que, para que os acha, podem ser conectores que ajudam a alcançar objetivos e alimentam relações produtivas e de sucesso (comerciais ou não).
Ou seja…
Gente que conhece, reconhece e respeita as diferenças culturais, a ponto de saber interpretá-las e levar a interpretação de seus próprios aspectos culturais. De forma amigável e profissional, saber co-relacionar e saber fazer as diferenças trabalharem a seu favor criando pontes, e não deixá-las destruir toda e qualquer possibilidade de relacionamento e parceria.
Ouso dizer que são quase capacidades diplomáticas (respeitando as devidas proporções, claro).
Trazendo pro lado prático da coisa, o que eu posso aprender e fazer pra me tornar um profissional mais global?
- Não tenha preguiça de pesquisar e perguntar. Hoje com internet fica tudo mais fácil, não tem desculpa!
- Estude o mínimo da cultura com a qual estará lidando. Cultura é basicamente formada pela história e geografia do país/região. Hoje um simples google, wikipedia já te ajuda uns 30% nisso. Saber a capital, idioma falados, história básica de fundação e imigração, se o país passou por alguma guerra, desastre natural, crise econômica ou política ajuda MUITO.
- Busque alguém dessa nacionalidade ou com fortes laços/experiências com eles, chame para um café e pergunte tudo. Desde perguntas mais abertas como “como é trabalhar com mexicanos num geral?” “como costuma ser a vida lá?”, “O que é muito diferente lá?”; até perguntas mais específicas como “qual a forma mais respeitosa e eficiente de fazer negócios com koreanos?”, “quais as maiores dificuldades que você encontrou ao lidar ou para se adaptar?” as perguntas chaves que não podem faltas “o que eu posso e não posso fazer/falar com eles de jeito nenhum?” “Quais dicas você me daria?”.
- Busque elementos culturais co-relacionados a sua cultura ou gosto pessoal. Esportes, música, pessoas importantes, celebridades, eventos, idioma, geografia (praia, neve, montanhas, florestas, clima, etc)
- Tente aprender saudações básicas no idioma. (Bom dia/tarde/noite, olá, meu nome é, por favor, obrigada). Parece pouco e bobo, mas você não tem noção da diferença que faz e do tamanho do impacto positivo criado na primeira impressão causada.
- Se for viajar, lembre-se que o estrangeiro é você! A comparação é inevitável, mas busque minimizá-la com uma mente aberta, curiosidade e respeito. Pare de reclamar que não tem algo ou que é pior. Em algum momento de descontração e que seja adequado, tente trazer essa comparação num tom positivo, respeitoso, e até divertido, pra gerar curiosidade ou pra criar ligação, como por exemplo “no Brasil também temos a cultura do cafézinho, e eu adoro café colombiano.”
- Abrace a experiência cultural. Tente viver o dia-a-dia local, visite super mercados, feiras, baladas, se possível – e seguro – utilize transporte público ao menos uma vez. Observe como os locais lidam com situações e dificuldades diárias e tente aprender com eles.
- Não fique apenas com brasileiros (ou pessoas da mesma nacionalidade que você). É quase impossível não encontrar brasileiros hoje em QUALQUER LUGAR DO MUNDO. Bater um papo com compatriotas que estão inseridos em determinada cultura há mais tempo pode ser muito educativo e produtivo (e te poupar umas boas pisadas na bola), mas ficar só com eles porque te é mais cômodo não é legal, educado e nem produtivo.
Vou parar por aqui, eu amo esse assunto e me empolgo… Vou guardar mais dicas pra outro post! 🙂
A maioria das dicas que eu dei, você já pode começar a trabalhar, independente de ter alguma viagem ou projeto em vista. Conhecimento nunca é demais, e estar pronto antes de acontecer, traz muitas vantagens!